domingo, 27 de março de 2011

Você está realmente preparado para o pior?

Este post é muito referente ao ponto de vista profissional, mas envolvendo totalmente o pessoal. Você está preparado para o fracasso? Preparado para o pior? Como lidar com isso?

 
Vou tomar como exemplo, os profissionais da saúde. Estudam anos, dedicam-se com afinco, sempre buscando estar preparado para quando a situação vier. Que situação? Aquela, exigindo o melhor de você, a sua hora, o seu momento. Não para mostrar aos arredores que você pode dizer que está sim, pronto. Testar a si mesmo e dar-se a certeza de suas capacidades é muito mais importante para sua estrutura profissional. Como dizer alguém para lhe confiar a vida, se nem você se dá esse privilégio?

A boa notícia é que esta situação, este momento, não é único. Ele pode acontecer diversas vezes e você nem se dar conta. As oportunidades são inúmeras, sempre proporcionando reviravoltas. A má notícia: inevitavelmente em alguma ou algumas delas, o resultado não será o esperado. E agora, como lidar?

Em nenhuma graduação (alguém me corrija por favor se eu estiver errado) existe uma matéria ensinando como agir e proceder no caso das coisas não sairem muito bem. O esforço quase sempre é máximo, a recompensa, quase sempre, mínima. Um exemplo é a morte. Existe todo um treinamento para se evitar de todas as formas possíveis e imagináveis esse resultado, que na maioria das oportunidades, é inevitável. Ninguém está lá esperando isso. Dói, saber que após tanta dedicação não mudou em nada aquele panorama. Como lidar com isso? Aos poucos, a dessensibilização para aquele fato vai ocorrendo. Cada perda é apenas mais uma, de mais algumas que estarão por vir. É quase um caminho inevitável para quem convive. Como se o passo definitivo para se tornar "profissional" fosse deixar de lado a nossa humanidade. Infringimos, muitas vezes, o princípio da integralidade e tratamos a pneumonia ao invés do paciente debilitado. É um desafio atual, não deixar de ser humano. Numa sociedade na qual o contato físico está cada vez mais restrito, há uma gradativa priorização por viver "on-line" ou "nas nuvens". São consultas por videoconferência, telefone. Conversas por mensagens instantâneas, sentimentos por SMS. Há uma inversão de papéis. O certo seria usar estes recursos como um meio para não estar ausente, no momento. Na verdade, os recursos são utilizados para não estar presente. Substitui-se, ao invés de complementar.

Fica uma reflexão e um pedido para que não deixar de lado a humanidade, a racionalidade. É preciso sim lidar com certas situações, mas tratar apenas como "mais uma"não é a melhor solução. Lembrando, se você fez tudo ao seu alcance, não fracassou. Deixar de lado a sua humanidade, isso sim é um fracasso.

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